quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Será que as bailarinas são odaliscas?

Harem dancer, Hans Zatzka
 
            Vocês já devem ter ouvido alguém se referir às bailarinas como odaliscas. No Carnaval, são vendidas “fantasias de odalisca”, que são iguais às usadas na dança do ventre; em shows, as pessoas apresentam: “E agora, nossas lindas odaliscas!!!”. Não é verdade?

Não sei porque nem quando esse costume começou, mas sei que as odaliscas, originalmente, não tinham nada a ver com ser dançarina...!

Afinal, quem eram as odaliscas?

O termo vem do turco UADAHLIK, que significa criada de quarto.

Criada de quarto? Como assim?

Para entender isso, vamos recuar um pouco para o tempo e o lugar onde esse termo originou-se e era empregado, ou seja, nos palácios dos governantes do Império Turco-Otomano.

            O palácio era a sede do Governo e também a moradia do governante e sua família.  A vida social e política da classe mais elevada acontecia dentro dos espaços privados; a reclusão – tanto dos homens quanto das mulheres - significava privilégio para as classes abastadas. Para que tudo funcionasse bem dentro dos palácios ou seja, a vida familiar, política, social e cultural, era necessário haver muita organização e um grande aparato administrativo.

            Uma das estruturas do palácio era a do harém, que nada mais é do que o espaço reservado à vida íntima, familiar, seja num palácio ou numa casa comum. É o local de convivência da família e dos parentes próximos, além de parte da criadagem. Outras pessoas não podem entrar.
 
A palavra harém é derivada de h-m-r, raiz árabe que significa sagrado ou proibido, pode também designar o espaço privado das mulheres. É uma idéia muito antiga e vários povos tiveram ou ainda têm um tipo de harém, que é um lugar de convivência e trabalho doméstico também.

Um fato interessante é que a questão do poder dentro da estrutura dos palácios poucas vezes é abordada no que se refere às mulheres. Mas são elas que dão os descendentes ao trono, logo os aspectos sucessórios são de suma importância para elas. Existe uma hierarquia clara dentro dos haréns dos palácios e as mulheres não estavam preocupadas apenas em ficar reclinadas descansando, como é visto em diversas pinturas dos orientalistas. Tinham suas ocupações também, não ficavam ociosas à beira de uma banheira. Pensavam em seus filhos (ou em tê-los) e em como conseguir prestígio para si e para ele dentro do palácio.

A hierarquia dentro do harém seguia o seguinte padrão: odaliscas (as virgens, que não foram tocadas pelo sultão), concubina (companhia noturna), ikbals (favoritas) e kadins/haseki (similar a esposa).

Pois é, as odaliscas estavam no patamar mais baixo da hierarquia do palácio!

As odaliscas eram mulheres escravas compradas em mercados ou adquiridas em guerras, vendidas por sua própria família ou ainda raptadas. A partir daí, eram levadas para o palácio para serem criadas. Eram treinadas nas mais diversas funções pois, como chegavam muito jovens, não se sabia o quanto teriam de capacidade ou beleza. O treinamento incluia modos, etiqueta, leitura do alcorão, tecer, bordar, dança, poesia, música. Sim, incluía dança, como parte do aprendizado, mas não eram as “dançarinas do palácio”. Este treinamento era supervisionado pela sultana valide, autoridade máxima feminina no palácio.

Algumas podiam ser nomeadas como servidoras do “oda” (quarto) do sultão, ou encarregadas de suas roupas ou de seu banho. Nada glamuroso, enfim. Era muito difícil para a odalisca ser notada pelo sultão, ou mesmo ser escolhida para ser apresentada a ele, em meio a tantas outras mulheres bonitas e talentosas.Mas, caso isso acontecesse, poderia tornar-se sua concubina. Com isso podeira subir os degraus da hierarquia e desenvolver sua carreira (sim, carreira!) dentro do harém. Ser concubina lhe daria a chance de ter um filho com o sultão, o que a favoreceria dentro da estrutura do harém. Assim ela poderia, através da astúcia e do jogo de poder, ter alguns privilégios para si e para o filho.

            Vê-se que é uma questão de sobrevivência, um jogo onde tudo é calculado, e muito distante daquelas histórias cheias de imaginação que tentam nos vender, da “preferida do sultão” e coisas assim.

            Então, as odaliscas eram as escravas do palácio, treinadas para diversas funções. E, apesar de dançarem um pouco, não eram as “dançarinas do palácio”, mas sim criadas.

Mas então, qual é o motivo de chamarem as bailarinas de dança do ventre de odaliscas?

            Não sei...!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A mulher árabe

Entrevista originalmente concedida à Revista Shimmie (2012)

Começando a conversar:

Marcia Dib: Acho difícil falar “da” mulher árabe, assim como seria difícil falar “da” mulher brasileira. O mundo árabe (aqui considerado como o conjunto de países que falam o árabe) é extremamente vasto, e abarca diversos países com culturas diferentes entre si. Embora a mídia sempre aponte o mundo árabe como um bloco homogêneo, a realidade é bem diferente, existe uma diversidade enorme e aí é que está a riqueza de estudar a cultura árabe.
           As características de um pessoa, mulher ou homem, ou de um grupo, provêm de muitos fatores; é preciso ver onde ela nasceu e como a sociedade se estrutura neste local; a que grupo – social, econômico, étnico e religioso – pertence; como essa sociedade em geral ou seu grupo em particular, lida com os mais diversos assuntos; se ela tem acesso aos estudos; se ela tem acesso às informações da sociedade, seja através de conversas com outras pessoas, livros, internet, radio, televisão, cinema e outros; a quais regras está exposta, seja na sociedade ou na família; qual o grau de liberdade de ação que ela possui, etc.
          Além disso, existem as questões subjetivas, que pertencem a cada pessoa, tais como a história familiar, com suas alegrias e tristezas, os traumas e tabus de cada um, o grau de ousadia ou submissão; que são questões que muitas vezes ficam acima das pressões sociais. Você pode morar num local de muita liberdade e mesmo assim ser submissa; ou estar inserida em um grupo social que prega a introversão e ser extrovertida, por exemplo.
         É claro que existem pontos em comum dentro da cultura árabe, e falarei aos poucos deles conforme nossa conversa avançar.
 

Revista Shimmie: Por que temos a imagem de uma mulher árabe submissa?

Márcia Dib: Acredito que essa imagem tenha mais a ver com machismo do que com qualquer religião ou grupo específico.
            Um fato é que, em alguns grupos religiosos, existe o ensinamento de que o homem está um pequeno degrau acima da mulher, no sentido de ter o papel de provedor e protetor da família, além de condutor da família nas questões religiosas.  Onde isso acontece, há um equilíbrio de forças; o homem conduz uma parte da estrutura familiar e a mulher, outra.
           Infelizmente, há grupos ou pessoas com idéias machistas, que interpretam esta questão como autorização para humilhar e submeter a mulher.
          É preciso, então, separar o que é uma regra religiosa do que é uma interpretação social, cultural ou pessoal. Essa confusão não é privilégio dos árabes; o machismo justificado por outras questões acontece em vários outros lugares.
         Por outro lado, o que é visto como submissão por nós pode ser, na verdade, uma característica mal interpretada da energia feminina. O feminino acontece dentro, nas entrelinhas, na subjetividade. O fato de você não falar alto nem sempre quer dizer que você não tem voz. Existem muitas maneiras de se comunicar, de se fazer presente, de dar sua opinião. Nem tudo o que existe é o que está à vista mas, como estamos numa sociedade onde tudo tem que estar às claras, onde se fala de tudo, é difícil, para nós, entender que algumas coisas funcionam de maneira mais sutil, mais habilidosa.
        Às vezes o fato de uma pessoa não se posicionar pode ser submissão, outras vezes pode ser uma escolha estratégica consciente. É importante não generalizar.

 
RS: Por que a mulher árabe tem que usar véu?

Márcia: Originalmente, as muçulmanas – e não todas as árabes - deveriam usar o véu por modéstia (não mostrar sua beleza em público) e por recato (o cabelo é visto como algo muito sensual e atraente). Essa decisão deveria ser delas perante Deus, ninguém deveria obrigá-las a isso. Mas o que acontece, em muitos casos, é que a sociedade pressiona muito e os motivos acabam sendo muito mais externos – “todas usam, você também tem que usar”. O importante seria ter uma atitude de recato quando se está em público e não apenas a vestimenta ser recatada.
             O véu é usado de diversas maneiras e, muitas vezes, o modo de amarrar, o quanto do rosto está exposto, o tecido ou as cores, denotam de onde a mulher é, de qual religião e classe social, se mora em área urbana ou rural, se é beduína etc. É também uma maneira de identificação, de pertencimento social.
            Acho interessante o fato de quase nunca se mencionar que os homens muçulmanos também deveriam usar (e vários usam) roupas largas, que não mostrem o corpo, e também cobrir a cabeça, pelas mesmas razões...!
           Mas isso não atrai a mídia, que só tem interesse em tomar a parte pelo todo, reduzindo uma cultura complexa a alguns elementos “exóticos”. Por isso, acho muito importante a oportunidade que a Shimmie abriu de esclarecer alguns fatos, isso é fundamental hoje em dia.

 
RS: Quais as diferenças entre as mulheres árabes de diferentes religiões?

Márcia: A religião é elemento importante nos países árabes e ela faz parte ativa da vida da maioria das pessoas, está intimamente ligada á identidade delas, seja por seguirem seus preceitos ou pelo convívio social. Todos aprendem desde cedo a ter relações sociais e comerciais com pessoas de outras religiões, mas existem limites para esta convivência. Ainda é um incômodo haver um casamento entre pessoas de religiões diferentes, principalmente por causa da criação dos filhos.
            Em termos de cotidiano, a maioria das religiões prega atitudes semelhantes, como amar a Deus e ao próximo, fazer o bem, respeitar os pais e os mais velhos, fazer caridade, jejuar etc. Mas cada uma vai estruturar estas ações com justificativas próprias, formando um corpo de ensinamentos bastante consistente e integrado, e é difícil descrever essas diferenças com precisão.  
           Acho importante também diferenciar o que é cultural ou social do que é um ensinamento ou orientação religiosa, seja qual for a religião. Nem sempre fica claro o porquê de uma atitude ou costume, pois algumas coisas tendem a ficar misturadas, principalmente para quem olha de fora. Às vezes o local onde a pessoa mora – cidade grande ou pequena, área urbano ou rural, etc. - influencia tanto quanto a religião, porque algumas regras sociais mudam de uma situação para outra. Outro fator é o grau de devoção da pessoa e o quanto ela segue as regras da religião, o que pode mudar bastante seu comportamento.
            É comum atribuírem vários problemas da cultura árabe à religião, quando toda religião, em sua essência, é perfeita; a deturpação vem depois, com as interpretações dos seres humanos, naturalmente imperfeitos.


RS: Por que os homens podem ter diversas mulheres?

Márcia: Entre os cristãos, o casamento é um sacramento e a monogamia é uma de suas condições. Já entre os muçulmanos, o casamento não é um sacramento, é um ato civil para construção de uma família, e não é visto pela ótica do romantismo (aliás, casar por amor é algo recente na história da humanidade, em qualquer lugar do mundo). O casamento no Islá é visto pela ótica da praticidade, do que funciona e tem tudo para dar certo. Mas é necessário que tanto a noiva como o noivo concordem com as condições, colocadas em um contrato que ambos assinam.
            Como no Islã a função de protetor e provedor é principalmente masculina, existem muitos fatores envolvendo a decisão de ter mais de uma esposa: no caso das guerras, é para a proteção de alguma mulher ou para acolher famílias desamparadas (muitas vezes os filhos também vêm junto, não apenas as mulheres). Outro caso acontece quando a mulher não pode ter filhos, por infertilidade ou por já estar em idade avançada, e o homem pode se casar com outra.
            É importante saber que, idealmente, o homem deve ser igualmente justo com todas as esposas, tanto ao repartir seu tempo e atenção, como financeiramente. Exatamente por ser algo complexo e envolver muitas obrigações, a poligamia acontece com muito menos frequência do que se imagina.

 
RS: Existe um perfil atual da mulher árabe? A mulher árabe moderna?

Márcia: De um modo geral, atualmente a mulher árabe tem mais acesso à informação, mais direitos como cidadã e maior liberdade de escolha. Mas este quadro não é geral; muitas ainda estão lutando por isso.
             Como as mulheres do mundo todo, elas têm estudado por mais tempo, frequentado universidades e feito pós-graduações. Em vários países ela escolhe sua carreira e seu trabalho, e pode também alcançar postos de comando. Podem também escolher melhor os passos que darão na vida, como o casamento, ter filhos etc. São mudanças positivas e bem-vindas.
            Por outro lado, existe entre elas uma sensação de inadequação, pois elas acham que deveriam ser como as ocidentais e, se não são, acham que estão “atrasadas”, até por influência da mídia. Mas a sociedade não se desenvolve como uma corrida; cada cultura funciona como um conjunto, nem sempre funciona se apropriar de um aspecto de outra cultura e tentar inseri-lo na nossa de maneira isolada.
             Eu entendo que as mulheres árabes estão buscando o que é ser uma “mulher moderna” e, assim como nós, elas tentam conciliar a vida pessoal com a profissional.

 
RS:Como é a questão do filho homem e da filha mulher na cultura árabe?

Márcia: Existem alguns fatores que levam a pensar que os árabes “preferem” os filhos homens mas, novamente, é preciso olhar o contexto da dinâmica familiar.
             Ao se casarem, era costume (e em alguns lugares, ainda é) as filhas mulheres irem morar na casa da família do noivo. Com isso, seus pais “perdiam a filha”. Já as noivas dos filhos homens vinham morar com a família dele, então seus pais “ganhavam uma filha” (a nora). Talvez essa seja uma das razões para a comemoração do nascimento do filho homem, já que ele sempre vai estar por perto. Por isso, é comum ver as noivas chorando no dia do casamento, já que às vezes o noivo mora longe e elas dificilmente vão se encontrar com as pessoas da sua família com a frequência que gostariam.
             Outro motivo é que o filho homem carrega o sobrenome da família, enquanto a mulher muda seu nome para o da família do noivo (exatamente como ainda acontece aqui). Como a perpetuação do nome da família é algo importante, este seria outro motivo para a predileção por filhos homens.
            Estas questões não aparecem em todos os lugares, nem em todas as famílias. No entanto, em termos de afeto, todos os filhos são muito bem-vindos! A família é fundamental para o equilíbrio emocional e muito valorizada entre os árabes.

 
RS: Qual a relação da dança do ventre com a mulher árabe? Quando elas dançam? Onde? Por que?

RS: Na maioria dos países de cultura árabe existe um limite claro entre o público e o privado. O fato de algo não aparecer em público não quer dizer que não exista. Isso vale para quase tudo: as roupas, as atividades, as atitudes, etc.
             A dança acontece nas festas familiares ou da comunidade, quando as mulheres dançam entre si ou com um parceiro. Neste caso, se dança a raqsa, que utiliza vários movimentos parecidos com a da dança do ventre, os mais simples. São movimentos que todas conhecem e praticam. O objetivo desta dança é se divertir e aproximar as pessoas.
            Nos momentos de intimidade com o marido, se gostar de dançar, a mulher costuma praticar a dança, mas de maneira mais sedutora, podendo ousar mais e fazer movimentos mais insinuantes, já que estão sozinhos e o objetivo é o da sedução. Até pouco tempo atrás, dançar fazia parte dos dotes para ser uma boa esposa, por ser uma atividade muito prazerosa, que pode aproximar o casal.
           Estas são as ocasiões mais comuns de acontecer a dança do ventre ou, na verdade, a raqsa. Mais raramente, ela é praticada pelas árabes de maneira mais elaborada e profissional, já com os passos de dança do ventre, nos palcos ou em restaurantes.

 
RS: É verdade que, no Oriente Médio, dançarinas são vistas como prostitutas? Se não, porque os hotéis contratam bailarinas estrangeiras e não locais?

Márcia: Essa característica de não misturar o que é público com o que é privado leva as pessoas a não ver com bons olhos quem se expõe dançando publicamente. Dançar é uma atividade que eles entendem como algo para ser feito entre pessoas conhecidas, quando tudo é divertido, uma brincadeira. Mesmo nos momentos em que você se insinua mais, isso não é visto de forma negativa. É completamente diferente você dançar se inclinando para perto do seu tio ou de um homem desconhecido. Ou fazer um shimmie sedutoramente enquanto dança com suas primas e estar no centro das atenções no meio de estranhos.
            Por esta razão, muitas pessoas acham que quem leva para o ambiente público algo que deveria ser feito em ambiente privado, é liberal demais. Outros acham que ela quer se prostituir, o que quase nunca é verdade. Pode ser que, antigamente, somente as prostitutas dançassem ou que as artistas, em geral, fossem vistas como prostitutas (o que foi bastante comum em muitos lugares do mundo). Para não ter problemas, eles contratam para dançar pessoas de fora, já que a maioria das mulheres locais não quer ou não pode se expôr tanto.

           
RS: Como o homem árabe vê a mulher que dança?

Márcia: É importante lembrar que muitas mulheres árabes sabem dançar muito bem, mesmo que não dancem em público. Logo os homens árabes sabem o que é uma boa dança, já viram uma prima, tia, irmã ou a esposa dançarem. E também conhecem boas profissionais. Então, quando uma bailarina se apresenta profissionalmente, ele vai apreciá-la se dançar muito bem. Caso contrário, olhará um pouco e perderá o interesse.
             Já no ambiente privado, é uma questão de gosto. A maioria dos homens gosta de ver a parceira dançar, apreciam quando ela compra novas roupas e adereços. Mas não são todos os que gostam de dança nestes momentos. Alguns preferem outras brincadeiras íntimas, outros jogos, ou massagens, cremes, perfumes. É uma questão de afinação do casal.

sábado, 24 de novembro de 2012

Sinal da cruz à maneira Ortodoxa

 
No Brasil, no final do século XIX e início do século XX, houve uma grande migração de cristãos ortodoxos sírios e libaneses. Muitos deles estabeleceram-se em São Paulo e trouxeram também sua fé e costumes religiosos e espirituais.
Um deles é o sinal da cruz: este é feito de maneira um pouco diferente daqueles que os católicos romanos fazem. Em missas onde estão católicos e ortodoxos, pode parecer estranho que cada um faça o gesto de uma maneira, mas o importante é que seja feito com fé.

O significado do sinal da cruz ortodoxo é o seguinte:

Posição dos dedos:
- polegar, indicador e médio unidos
- dedos anelar e mínimo unidos na palma da mão

Significado:
- polegar, indicador e médio unidos: Santíssima Trindade - três hipóstasis, um só Deus
- anelar e mínimo unidos: dupla natureza de Jesus Cristo, divina e humana
- na palma da mão: Encarnação do Verdo de Deus no ventre da Virgem Maria

Movimento:
- toca-se a fronte (pedimos bons pensamentos) e, em seguida, o peito (pedimos bons sentimentos): em nome do Pai, do Filho - Jesus desceu dos céus à terra.
- toca-se o ombro direito e, em seguida, o esquerdo (pedimos forças): ... e do Espírito Santo, Amém -  Jesus subiu aos Céus e sentou-se à direita do Pai

domingo, 23 de setembro de 2012

O Brasil Árabe

A Presença da Milenar Cultura Árabe na Formação da Identidade Cultural Brasileira

SESC Campinas - Data: 26/09/2012 - 10:00 - 30/09/2012 - 18:00
 
O evento, que será realizado no SESC Campinas, propõe a reflexão sobre a influência da cultura árabe no Brasil através de palestras e atividades que mostram a contribuição dos árabes e seus descendentes em diversos setores da sociedade brasileira, como música, literatura, saúde, esportes, culinária, educação, religião, comércio, marketing e política.
A programação conta com nomes de destaque como o escritor Mamed Jarouche, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o economista e ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, embaixador chefe da missão da Liga dos Estados Árabes no Brasil, Bachar Yaghi, diretor do departamento do Oriente Médio no Itamaraty, Carlos Martins Ceglia, o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (correalizadora do evento), Salim Schahin, além de Michel Alaby, diretor-geral da entidade, Rubens Hannun, vice-presidente de Marketing, e Riad Younes, diretor da instituição.
Haverá ainda uma exposição de peças dos acervos de famílias árabes, incluindo fotos, peças de roupas e artesanato. A embaixatriz da Palestina, Nahida Tamimi Alzeben, irá expor peças típicas das vestimentas das mulheres de seu país.
Realização: Instituto Jerusalém - Ponto de Cultura Árabe
Correalização: FAMBRAS (Federação das Associações Mulçumanas do Brasil) e Câmara do Comércio Árabre Brasileira.

Serviço:
Evento "O Brasil Árabe"
De 26 a 30 de setembro
Teatro do Sesc de Campinas
Rua Dom José I, 270/333, tel.: +55 (19) 3737-1500 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS +55 (19) 3737-1500 end_of_the_skype_highlighting
Para mais informações, acesse
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/busca.cfm?conjunto_id=10202

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Instrumentos musicais árabes à venda

Uma amiga minha, Tiana, possui vários instrumentos musicais e objetos àrabes à venda.
- Derbak
- Snuj
- Pandeiro
- Faixas egípcias
Entrar em contato diretamente com ela:
Celular: 11 997 470 784
Comercial: 11 5576 9583
Email: tiana.k@terra.com.br

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Samah - Danças palacianas árabes

Neste segundo semestre, o Pandora Espaço de Danças trará mais um curso especial com a mestra Márcia Dib!!
Um curso voltado para estudantes de danças orientais de todos os níveis, abordará as danças palacianas árabes.
 
CURSO ESPECIAL
 
"DANÇAS PALACIANAS ÁRABES"
com Márcia Dib
 

O curso aborda as danças executadas em palácios e casas nobres, que eram praticadas por bailarinas contratadas e treinadas. Os gestos, sempre muito suaves e de grande beleza, procuram acompanhar os diversos ritmos executados nestas ocasiões. Em cada aula será estudado um destes ritmos, assm como os movimentos correspondentes, chegando a pequenas sequências.
As informações foram trazidas de viagens de estudo para a Síria, um dos lugares onde estas danças foram muito praticadas (além de outros como, por exemplo, Andaluzia e Bagdá), e onde até hoje é considerada uma das mais importantes e representativas da cultura árabe.
Módulo com 4 aulas (último sábado de cada mês)
Dias 25/08, 29/09, 27/10 e 24/11
das 10h30 as 12h30
4 X R$90,00 ou R$325,00 a vista
VAGAS LIMITADAS
Inscreva-se!!!
Pandora Espaço de Danças
Rua Domingos de Morais, 628 sl.7 (em frente ao metrô Ana Rosa)
11 3867-1738 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS 11 3867-1738 end_of_the_skype_highlighting
11 9 7274-9040 (vivo)
Saiba mais sobre o Pandora: http://pandoradancas.blogspot.com.br/

terça-feira, 10 de julho de 2012

Cidades árabes - a estrutura urbana

As cidades árabes, mesmo tendo características diversas, mantêm uma estrutura que pode ser vista na maior parte delas. Embora esta estrutura tenha se alterado com o tempo, em muitas cidades ainda é possível reconhecê-la.


Mapa da cidade antiga de Alepo, Síria

A cidade é murada; os muros têm um formato irregular refletindo o crescimento e diminuição da cidade.


Muitos portões funcionam como passagens de outras cidades para dentro dela. A comunicação com a área rural também é fujndamental pois a cidade, sendo o local de produção não agrícola (comércio, serviços, indústria e artefatos), forma uma unidade indissociável com o campo, de onde vem o alimento e outros produtos do meio rural.
Ao redor dos portões mais ocupados formam-se os subúrbios, onde pode ser encontrada a economia secundária, próxima à entrada.
Tanto as estradas como os eixos da malha viária urbana se conectam com estes portões, cujo número variam conforme as necessidades de cada cidade.




Cercada pelo muro está a cidadela, o lugar do poder governamental. Ela localiza-se na porção periférica e tem ligação direta com o lado externo, a fim de exercer melhor o controle.

                                                                                             Grande Mesquita


Internamente, a Grande Mesquita localiza-se sobre o principal eixo de comunicação e define o ponto central da cidade. Na sua vizinhança há sempre prédios administrativos e escolas (medrese). A partir dela saem as principais vias de acesso, que atraem o comércio e serviços, formando os mercados (suq), com suas lojas de produtos especializados. Na periferia do mercado estão os produtos mais simples e de uso cotidiano. }Próximos às entradas da cidade estão geralmente lojas e serviços cujo conteúdo é apropriado para a clientela rural.

Mercado


Atrás das lojas estão as pousadas (khans), grandes construções que ofereciam alimento, alojamento e oportunidades de negócios às caravanas, além de depósito para mercadorias.


    Entrada de um Khan, em Damasco, Síria


Os banhos públicos (hammam), desde os mais simples até os mais sofisticados, também se localizavam próximos às mesquitas, a fim de que os fiéis pudessem fazer suas abluções antes da oração. Além das abluções, são usados para banhos, sauna e tratamentos de relaxamento, beleza e revigoração. É também importante ponto de encontro e comemorações. Mesmo atualmente, com água encanada nas casas, o hammam continua a ser usado.

 
Entrada de um hammam


O traço fundamental da estrutura da cidade árabe tradicional é a separação muito marcada das funções econômicas e as funções residenciais. A partir deste centro, o comércio se dilui em pequenos estabelecimentos não especializados, que servem às áreas residenciais. Os quarteirões residenciais são encontrados espalhados, dentro e fora dos muros, e o acesso a eles é feito pelas vias secundárias, travessas e ruas sem saída. Antigamente, esses quarteirões possuiam portas que eram trancadas à noite, com o objetivo de segurança. Nestes quarteirões, podem ser encontrados todos os elementos necessários á vida urbana num bairro: mesquitas, banho público, padaria, fonte pública, escola e mercados locais.

Bairro residencial

Mesmo com o desenvolvimento das cidades, esta estrutura pode ser encontrada em diversos países. Estes locais são geralmente chamados de “cidade antiga”. Em alguns lugares, a cidade antiga não é mais utilizada (por exemplo, em Alepo, Síria) mas, em outros, continua em atividade plena (por exemplo, em Damasco, Síria, foto abaixo).

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Comida árabe!!!!

SAHTEIN !!!! (bom apetite!!!)
Recebi e repasso:

A primeira de mil e uma noites de culinária e cultura árabe em São Paulo

No dia 11/04 (4ª. feira) serão oferecidos 20 pratos degustativos, especialmente elaborados pelo chefe Mokrane Kahlal, uma sumidade da cozinha oriental (https://www.facebook.com/mokrane.kahlal).

O mestre, Mokrane Kahlal, recém chegado ao Brasil, andou experimentando pratos tidos como “comida árabe”, em SP, e afirma que os paulistanos ainda não degustaram o tempero árabe puro.

Hoje em dia, a culinária árabe é resultado da combinação de diversas cozinhas muito ricas e que engloba vários países do mundo árabe que vão do Iraque ao Marrocos, também incorpora a libanesa, a egípcia e outras. Alimentar-se, apenas, não basta. Seres complexos que somos, não paramos de inventar e reinventar métodos de preparo da comida e de rituais de como melhor consumi-la.

A culinária não é algo dissociado da expressão cultural de um povo, ou seja, da música, das artes, do cotidiano. E nesta noite do dia 11/04, os participantes também terão o prazer de apreciar uma linda performance de dança árabe.

Cabe ressaltar que o Restaurateur é um antiquário no dia-a-dia, só abre para eventos de culinária em datas especiais. Serão 40 lugares, logo, requer reserva antecipada.

Esta não será apenas a 1ª das mil e uma noites da comida e cultura árabe, é também o lançamento de uma iniciativa que objetiva ser ampla, algo a ser deliciosamente apreciada ao longo de intervenções diversas,

Serviço
O que: Noite Árabe
Quando: 11/04/12, 4ª. feira, às 20h
Local: Restaurateur - Rua Cardeal Arcoverde, 1479, São Paulo
Reservas: (11) 9900 7110 c/ Anariá Corona
R$ 80,00 por pessoa, 18 pratos degustativos, não inclui bebidas (36 lugares).
Importante: Não aceita cartão de débito ou crédito.
O Restaurateur (http://restaurateureventos.blogspot.com.br/ )
Chefe: Mokrane Kahlal, descedente de argelinos, já atuou na Árgélia, no Marrocos,no Líbano, em Portugal, entre outros.


Equipe organizadora do projeto
Anariá Corona (Cordenação Geral)
Mokrane Kahlal (Chefe)
Maria Nilda R Santos (Comunicação/Gestão de desenvolvimento Institucional)
Maria Fernanda Corona (curadora)

terça-feira, 6 de março de 2012

Curso Danças Folclóricas Árabes

Início 17 de março! Não perca!

O Pandora Espaço de Danças está lançando mais um curso especial!
Com início neste mês de março, dia 17/03, o curso ministrado pela pesquisadora, professora, bailarina, coreógrafa e Mestre em cultura árabe Márcia Dib.
Terá como foco as danças folclóricas de diversos tipos e regiões do Oriente Médio, com duração de 4 meses, sendo 1 aula por mês.
Abordará, além dos movimentos, suas características culturais e históricas, suas procedências e diferenciais.
Inscreva-se e reserve sua vaga!

ESTUDO DOS FOLCLORES - Curso com Márcia Dib
Sábados, dias 17 e 31/03, 05/05 e 02/06
das 10h30 as 12h30
Investimento: 4x R$90,00 ou R$325,00 a vista
VAGAS LIMITADAS

Pandora Espaço de Danças
Rua Domingos de Morais, 628 sl.7 (em frente ao metrô Ana Rosa)
11 3867-1738/ 7274-9040
Visite o site e confira os demias cursos especiais e regulares:
http://pandoradancas.blogspot.com/

segunda-feira, 5 de março de 2012

Danças folclóricas árabes

Entrevista concedida para o blog http://www.pandoradancas.blogspot.com/


Pandora Danças: Márcia, como você iniciou seus estudos nas danças orientais?
Marcia Dib:Já havia feito aulas de outras modalidades de dança mas, quando eu comecei a praticar a dança oriental, não quis mais parar, senti que ali estava meu lugar. Depois disso, fiz aulas com diversas professoras em São Paulo e Nova York.

PD: O que te motivou a estudar e pesquisar os folclores árabes?
MD: Quando fui estudar a dança oriental na Síria, encontrei uma riqueza inesperada: as danças folclóricas. Percebi que aquelas danças, tão variadas e bonitas, me tocavam profundamente, e decidi estudá-las mais a fundo.

PD: Qual a importância de se estudar os folclores para quem estuda a dança do ventre ou dança oriental “Raks El Sharki”?
MD: Eu não acho que uma bailarina com foco na dança do ventre deva, necessariamente, estudar as danças folclóricas. Se ela se sentir atraída e motivada, se quiser estudar realmente a origem, a motivação e a técnica das danças folclóricas, deve fazer isso! Mas se o objetivo dela for colocar alguns números de dança folclórica apenas para “incrementar” seu show (muitas vezes desrespeitando o figurino, a música e o contexto dela), acredito que deveria pensar melhor, para não usar o folclore de forma leviana. Às vezes acontece de uma aluna procurar as danças folclóricas apenas como um “enfeite” e depois se apaixonar por elas e começar a estudá-las seriamente. As danças folclóricas são maravilhosas e um universo riquíssimo em gestos, intenções e músicas. Com certeza qualquer bailarina terá seu repertório artístico e cultural ampliados ao estudá-las!

PD: Você é de descendência árabe, mais precisamente Síria, como foi para você e sua família a sua escolha em seguir o caminho das artes?
MD: Eu nunca havia ouvido uma música árabe em casa, ninguém dança, nada mesmo! Foi um gosto meu, que se desenvolveu aos poucos. No início meus pais não levaram muito a sério, mas depois, quando perceberam a minha dedicação e seriedade, assim como os resultados de meu trabalho, ficou claro que não era uma mania ou capricho, mas algo muito forte que estava acontecendo dentro de mim.

PD: No que você acha que sua descendência mais contribuiu para seus estudos e formação?
MD: Acredito que herdamos muito mais que a cor dos olhos ou algum traço de personalidade. Só quando eu fui para a Síria, soube que muitos de meus antepassados tocavam e dançavam, e minhas primas dançam maravilhosamente, nas festas da família. Eu me sentia “em casa” enquanto estava aprendendo determinadas danças; acho que isso também é herança! Sinto correr nas minhas veias um amor pela cultura árabe que me levou a abandonar duas profissões (sou formada em arquitetura e fiz teatro profissional por vários anos) e me move a ir cada vez mais fundo nesta área. Além disso, respeito muito minhas origens, e procuro estudar seriamente a cultura e suas manifestações, procurando fugir dos estereótipos e imagens distorcidas.

PD: Sabemos que você passou um período no Oriente estudando as danças e cultura árabe. Conte-nos um pouco como foi essa experiência.
MD: Como disse, a riqueza e a diversidade da danças folclóricas foram uma agradável surpresa para mim. Aos poucos, nas aulas e estágios que fiz na Síria, fui entendendo que a dança folclórica é muito forte e, quando é levada para o palco, exige ainda mais criatividade e destreza. Meu corpo foi entendendo a expressividade presente na dança de cada região. Cada lugar tem sua própria dança e música, com seu tônus muscular, sua intenção, seus gestos... É um mundo novo, enorme! Se pensarmos que cada país tem esta diversidade e riqueza, vamos ampliar a maneira como vemos as danças folclóricas e o próprio Oriente Médio.

PD: Você escreveu um livro sobre música árabe. Por que você sentiu essa necessidade e qual a importância de se ter um bom conhecimento no assunto para quem estuda as danças orientais?
MD: Eu estudei música ocidental por muitos anos, piano e canto. Cantei profissionalmente em dois grupos, gravei um CD, enfim, a música sempre esteve muito presente em minha vida. O livro é uma parte de meu mestrado, no qual discorri sobre a música e dança da Síria e, para isso, tive que aprofundar meus estudos também na música oriental. Eu já havia feito , há muitos anos atrás, aulas com Sami Bordokan, que me ajudaram muito a entender esse universo. Foram 2 anos de aulas particulares, um curso bem intensivo e focado. Aprendi muito com ele!. Depois estudei música na Síria também, além de ler bastante sobre o assunto. Achei importante escrever o livro por ainda não haver nada escrito em português sobre esta música maravilhosa e, quando fiz o mestrado, tive dificuldade em encontrar bibliografia apropriada. Por isso quis dar minha contribuição. Além disso, tenho a convicção de que, se compararmos duas bailarinas com o mesmo nível técnico, dança melhor aquela que conhece música: ela dança com mais propriedade, segurança, aproveita melhor as linhas melódicas e rítmicas, as pausas. Por todos estes motivos decidi escrever o livro.

PD: Como você vê o desenvolvimento da dança oriental e dos folclores árabes aqui no Brasil. Em quais aspectos você julga que os profissionais brasileiros deixam “a desejar” e em quais você acha que são exemplares?
MD: Por um lado, existem muitas pessoas praticando e estudando, o que é bom. Depois de um “boom” inicial, agora as pessoas têm procurado mais informações sobre a dança, a música, a cultura árabe, enfim, uma boa formação, o que é ótimo! Por outro lado, sinto que o “mercado” leva muitas pessoas a tratarem a dança simplesmente como um produto. O espetáculo de dança tem sido, muitas vezes, um “show de variedades”. As bailarinas se sentem obrigadas a ter uma novidade, a fazer o passo ou a dança da moda, a incorporar elementos mesmo que ainda não tenha muito conhecimento ou experiência. Isso me incomoda bastante, acho que empobrece algo que poderia ser muito maior e especial.

PD: Qual aspecto você julga de extrema importância para quem quer estudar os folclores de uma determinada região?
MD: Acho que o principal é ter vontade sincera de conhecer aquela manifestação cultural e artística. Um olhar atento e o pensamento aberto, sem achar que já sabe, já conhece. Cada região pode nos mostrar um mundo novo! Existem danças que partem de uma mesma motivação – por exemplo, buscar água no poço – mas se manifestam de maneira diferente em cada lugar. É aí que está a riqueza das danças folclóricas.

PD: Você também tem uma pesquisa e estudo das danças palacianas, no que elas diferem dos folclores?
MD: Ao contrário das danças folcóricas, que nascem do povo e possuem movimentos conhecidos e praticados por todos, as danças palacianas são feitas para serem mostradas para alguém, sejam nobres ou governantes, e exigem bailarinos altamente treinados, que executam movimentos amplos, graciosos, mas nem sempre orgãnicos e naturais. São danças que procuram a Perfeição, a Beleza, a Harmonia. São danças lindas e pouco conhecidas, trabalhadas sobre músicas eruditas complexas e belíssimas!

PD: Cite alguns nomes de professores e mestres que fizeram diferença na sua vida e por que.
MD: Foram muitos os que contribuíram e ainda contribuem – para minha caminhada! Desde meus professores e colegas de piano, canto, teatro, cenografia, iluminação, arquitetura, até pessoas amigas que me ajudaram – mostrando um novo jeito de ver as coisas e as pessoas - e não sabem disso. Em relação aos professores e mestres, além de Sami Bordokan que, como eu disse, abriu meus olhos, ouvidos e coração para a música árabe, devo muito aos meus professores na Síria (música árabe e danças folclóricas) e em Nova York (dança do ventre) . Aqui no Brasil, minha gratidão vai especialmente para Fadua Chuffi, com quem aprendi muito sobre a dança oriental. Eu já havia feito aulas com mais de 10 professoras, mas com ela entendi a riqueza e a seriedade de estudar essa dança com profundidade. Fiz vários anos de aulas particulares e em grupo com ela e tive uma base sólida, que me permitiu vôos mais altos. Eu devo muito também às minhas colegas, com quem aprendi bastante e sempre; e às minhas alunas, que me renovam a cada dia.

PD: Qual conselho você daria para as estudantes e profissionais que pretendem seguir a carreira profissional na dança?
MD: Acredito que a bailarina deve procurar ser sincera na sua dança, evitar seguir modismos e procurar saber o que diz seu corpo, coração e mente. Ela deve respeitar a dança que escolheu que, sendo uma dança étnica, tem aspectos culturais “embutidos” nela que devem ser estudados e levados em consideração. Deve também ter a humildade de saber que sempre é possível aprender mais, subir um pouco mais a montanha do conhecimento para ter uma vista mais ampla e conseguir olhar mais longe. Deve procurar aprender com os erros, seus e dos outros. Respeitar suas colegas e todos os que colaboram com a aula ou o show. Ver muitos espetáculos, de vários tipos de dança, ouvir muita música. Enfim, se abrir para o mundo das artes e não se deixar empobrecer, tentando caber num estereótipo imposto pelo mercado. E, finalmente, deve agradecer por danças tão bonitas existirem!