domingo, 26 de julho de 2009

Música árabe - workshop


WORKSHOP DE MÚSICA ÁRABE
Este é um workshop introdutório à música árabe, específico para quem dança. Serão abordadas as características gerais da música árabe, no que ela se diferencia da música ocidental, quais os aspectos a serem considerados no momento de elaborar uma coreografia ou para fazer improvisos.
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É uma proposta simples, direcionada e prática. Depois de uma aula teórica sobre as características dessa riquíssima música, faremos a análise de uma música específica para dançar. Com a experiência deste workshop, a pessoa (bailarina/o ou coreógrafa/o) poderá pisar com mais segurança neste terreno.
O primeiro passo é aprender a ouvir: a música pode nos dizer muita coisa!
Na minha experiência de 12 anos como professora e coreógrafa, percebi que, comparando duas pessoas que tenham o mesmo nível técnico, a que conhece e estuda música dança melhor!
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Vejam abaixo o programa do workshop e, caso tenham interesse, escrevam para marciadib@hotmail.com
Local: em São Paulo, a 3 quadras do metrô Sumaré
Dia e horário: domingo, dia 23 de agosto, das 9 às 12h e das 14 às 17h
O valor e R$ 180,00, que podem ser pagos em duas parcelas.
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PROGRAMA
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1ª. PARTE - MÚSICA ÁRABE – Teoria básica
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Características Gerais
- a música como identidade cultural
- porque a música árabe é diferente da música Ocidental?
- valor do som e da palavra
- caráter circular
- importância da palavra
- caráter homofônico
- sistema modal / sistema tonal
- os modos
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Aspectos Melódicos
- Homofônico, linha melódica imita a voz humana, caráter melódico (modal)
- AJNAS
- MAQAMAT: ambiente sonoro, afinação, influências sobre o ser humano
- mudanças com tempo
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Instrumentos Melódicos
- orquestra tradicional árabe (takht)
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Aspectos Rítmicos
- importância do ritmo nos diversos tipos de música
- identificação dos principais ritmos usados na dança

Instrumentos Rítmicos
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2ª. PARTE – APLICAÇÃO NA DANÇA
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- como usar a melodia: o que é mais importante, o que valorizar na dança
- os instrumentos e sua atuação no corpo
- melodia e ritmo: como e quando enfatizar cada um
- música no corpo e no espaço
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3ª. PARTE – EXERCÍCIO
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- trabalhar os aspectos abordados no curso em uma música específica
- chegar a uma linha coreográfica

OBS. Trazer CD player com fone de ouvido. A música para o exercício será fornecida em CD.

domingo, 12 de julho de 2009

Rastreadores do deserto


Lendo as areias

Será que o deserto é um mundo de areia sem nenhum ponto de referência?
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Se fôssemos moradores do deserto saberíamos que não. Mas só quem tem a experiência do lugar consegue ver suas nuances. Um exemplo típico é o quanto a areia pode revelar sobre as pessoas e animais que aí vivem.
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Os rastreadores são profissionais com habilidade para “ler” marcas deixadas nas areias do deserto. Compõem uma elite que trabalha localizando pessoas ou animais, seja para esclarecer crimes, ajudar na caça ou procurar parentes e amigos. Têm atuação importante também na preservação ambiental e na guerra terrorista e, por isso, muitas vezes trabalham para o Governo. Ainda existem escolas de rastreamento que estão rareando apesar de sua importância estratégica.
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Mas como ver marcas na areia, em locais onde várias pegadas se confundem, o vento sopra, etc.?
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Há muito tempo, ser um rastreador sempre foi uma grande responsabilidade e status para uma tribo ou clã. Estes tomavam a decisão final e frequentemente eram líderes. Existem tribos famosas por seus rastreadores como, por exemplo, os Murrah, na Arábia Saudita. Eles são líderes entre os beduínos e percorrem grandes áreas com suas manadas de camelos por um território de cascalhos e dunas. Usando a acurada técnica de observação e memória impecável, deslocam em segurança suas famílias por terrenos sem traços característicos para um forasteiro.
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Um rastreador pode ler a areia sem dificuldades maiores das que um morador da cidade moderna tem para ler um livro..
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Como eles adquirem tanta habilidade?
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O aprendizado começa cedo; os garotos têm que reconhecer seus camelos pelo nome e pelo rastro, e eles sempre tinham que saber qual rastro foi feito pelos animais e pessoas de seu próprio grupo. São treinados e testados de várias formas e, conforme crescem, vão ouvindo e aprendendo com os mais velhos essa arte.
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Com o treinamento constante acabam por ver, através dos rastros, se o dono daquela pegada está com fome ou cansado, ou há quanto tempo passou. Observam o ambiente ao redor, se existe um galho quebrado; o rastro de outros animais; se as pressões feitas ao caminhar estão mais voltadas para um lado do que para outro; qual foi o caminho percorrido, etc.
O que uma pegada tem de diferente não é sua forma, mas a maneira como a impressão foi feita. Todo mundo tem uma maneira única de andar.
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Os rastros são, na verdade, tão distintos quanto a impressão digital.
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Um rastreador caminha pelas pegadas e, uma vez que as vê, não olha para trás: as impressões vão sendo mandadas para sua memória. Faz assim um mapa mental, seja de uma pegada, seja de um lugar inteiro. Cada rastro tem em si um pequeno mapa topográfico, que revela seus sinais secretos. É um jogo intenso entre hipóteses e conseqüências lógicas. Na verdade, o que se lê são as pressões:
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Quando um rastreador vê pegadas, é como se visse um rosto olhando para ele.
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Hoje em dia, esta atividade está perdendo seu lugar para exames de DNA e outras tecnologias. Apesar disso, eles ainda ajudam no confisco de armamaento e explosivos, nas interdições de contrabando e mesmo nas construções modernas encontram pistas e marcas.
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Pois é, naquela areia toda há mais sinais do que poderíamos supor...