terça-feira, 10 de julho de 2012

Cidades árabes - a estrutura urbana

As cidades árabes, mesmo tendo características diversas, mantêm uma estrutura que pode ser vista na maior parte delas. Embora esta estrutura tenha se alterado com o tempo, em muitas cidades ainda é possível reconhecê-la.


Mapa da cidade antiga de Alepo, Síria

A cidade é murada; os muros têm um formato irregular refletindo o crescimento e diminuição da cidade.


Muitos portões funcionam como passagens de outras cidades para dentro dela. A comunicação com a área rural também é fujndamental pois a cidade, sendo o local de produção não agrícola (comércio, serviços, indústria e artefatos), forma uma unidade indissociável com o campo, de onde vem o alimento e outros produtos do meio rural.
Ao redor dos portões mais ocupados formam-se os subúrbios, onde pode ser encontrada a economia secundária, próxima à entrada.
Tanto as estradas como os eixos da malha viária urbana se conectam com estes portões, cujo número variam conforme as necessidades de cada cidade.




Cercada pelo muro está a cidadela, o lugar do poder governamental. Ela localiza-se na porção periférica e tem ligação direta com o lado externo, a fim de exercer melhor o controle.

                                                                                             Grande Mesquita


Internamente, a Grande Mesquita localiza-se sobre o principal eixo de comunicação e define o ponto central da cidade. Na sua vizinhança há sempre prédios administrativos e escolas (medrese). A partir dela saem as principais vias de acesso, que atraem o comércio e serviços, formando os mercados (suq), com suas lojas de produtos especializados. Na periferia do mercado estão os produtos mais simples e de uso cotidiano. }Próximos às entradas da cidade estão geralmente lojas e serviços cujo conteúdo é apropriado para a clientela rural.

Mercado


Atrás das lojas estão as pousadas (khans), grandes construções que ofereciam alimento, alojamento e oportunidades de negócios às caravanas, além de depósito para mercadorias.


    Entrada de um Khan, em Damasco, Síria


Os banhos públicos (hammam), desde os mais simples até os mais sofisticados, também se localizavam próximos às mesquitas, a fim de que os fiéis pudessem fazer suas abluções antes da oração. Além das abluções, são usados para banhos, sauna e tratamentos de relaxamento, beleza e revigoração. É também importante ponto de encontro e comemorações. Mesmo atualmente, com água encanada nas casas, o hammam continua a ser usado.

 
Entrada de um hammam


O traço fundamental da estrutura da cidade árabe tradicional é a separação muito marcada das funções econômicas e as funções residenciais. A partir deste centro, o comércio se dilui em pequenos estabelecimentos não especializados, que servem às áreas residenciais. Os quarteirões residenciais são encontrados espalhados, dentro e fora dos muros, e o acesso a eles é feito pelas vias secundárias, travessas e ruas sem saída. Antigamente, esses quarteirões possuiam portas que eram trancadas à noite, com o objetivo de segurança. Nestes quarteirões, podem ser encontrados todos os elementos necessários á vida urbana num bairro: mesquitas, banho público, padaria, fonte pública, escola e mercados locais.

Bairro residencial

Mesmo com o desenvolvimento das cidades, esta estrutura pode ser encontrada em diversos países. Estes locais são geralmente chamados de “cidade antiga”. Em alguns lugares, a cidade antiga não é mais utilizada (por exemplo, em Alepo, Síria) mas, em outros, continua em atividade plena (por exemplo, em Damasco, Síria, foto abaixo).